quarta-feira, julho 19, 2006

Investidores lesados nos selos devem recorrer a advogados

Os investidores portugueses lesados pela alegada fraude de selos da empresa portuguesa Fórum Filatélico têm de contratar um advogado para tentar recuperar nos tribunais portugueses as poupanças perdidas.

«O caso do Fórum Filatélico é diferente da Afinsa. Os contratos foram celebrados com a empresa portuguesa, por isso a acção tem de ser posta nos tribunais portugueses, enquanto no caso da Afinsa foram celebrados com Espanha», explicou hoje em conferência de imprensa o secretário-geral da DECO, Jorge Morgado.

As empresas Afinsa e Fórum Filatélico, que se dedicavam à venda de selos, foram alvo de uma investigação pelas autoridades espanholas por suspeita de burla.

A falência do Fórum Filatélico foi decretada pelo tribunal no passado dia 04, dias antes de o juiz tomar a mesma decisão para a Afinsa.

«Os investidores que aplicaram as suas poupanças no Fórum devem agora recorrer aos serviços de um advogado, uma vez que a lei impede a DECO de prestar esse serviço, para comunicar ao tribunal qual é o valor da dívida em causa», adiantou Jorge Morgado, citado pela agência «Lusa».

«Ao contrário da Afinsa, foi o próprio Fórum Filatélico que se apresentou à falência. Por isso, este processo deverá ser mais célere do que o da Afinsa», que vai decorrer nos tribunais espanhóis, adiantou à mesma agência.

Investidores têm de se constituir credores

Mas, tal como para a Afisna, os investidores do Fórum Filatélico têm de se constituir credores da empresa para fazer uma reclamação individual dos créditos a que têm direito.

«Embora não possamos facultar os nossos advogados, pois isso é considerado procuração ilícita segundo a lei portuguesa, vamos prestar aos nossos associados toda a informação de que necessitem», adiantou o secretário-geral da DECO.

Até hoje a DECO recebeu um total de 1.800 queixas de investidores portugueses que perderam dinheiro com a Afinsa e o Fórum Filatélico.

«Especificamente sobre o Fórum devemos ter recebido cerca de 10 por cento daquelas queixas», ou seja 18, adiantou aquela fonte.

Segundo cálculos da associação espanhola de defesa dos direitos dos consumidores, a Organizacion de Consumidores Y Usuários (OCU), deverão existir cerca de 2.400 a 3.600.

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