sexta-feira, novembro 25, 2005

AIP: Portugal tem de "passar à acção"





A Associação Industrial Portuguesa (AIP) apoiou hoje o Plano Tecnológico e afirmou que o sucesso desta iniciativa do Governo depende de "passar à acção", modernizando as empresas, os seus produtos e a economia do país.

O êxito da iniciativa "será medido pelas respostas e soluções que conseguir providenciar para reposicionar o tecido empresarial e a economia portuguesa em patamares superiores da cadeia de valor", afirma a AIP.

Num documento intitulado "Passar da Programação à Acção", assinado pelo presidente Jorge Rocha de Matos, a associação salienta ainda a necessidade de criar plataformas tecnológicas no país - desde o ensino e formação às empresas - e que estas sejam integradas com regiões europeias de conhecimento.

"Assim se conseguirá retomar a convergência real com a União Europeia, fazendo assentar a economia em novas bases: conhecimento, qualidade, informação, cooperação e redes, tecnologia, inovação e produtividade", afirma.

Para a associação, o Plano Tecnológico é "um desafio" que os empresários "estão disponíveis para ganhar".

O Plano mercê "em larga medida, a concordância" da AIP, "afigurando-se consensual quanto aos objectivos e metas a atingir".

Na abordagem do plano à economia, a AIP defende um "foco na empresa", principalmente na indústria, "que necessita de um forte estímulo à modernização, sem esquecer os sectores tradicionais, por forma a ganhar quotas de mercado".

Considera ainda importante "injectar conhecimento intensivo numa faixa muito significativa das pequenas e médias empresas, que poderão ganhar massa e dimensão críticas para se afirmarem nos mercados internacionais".

Para a AIP, é também "decisivo" a aposta no investimento em "novas actividades e sectores de futuro, ligados à inovação, dando como exemplo as biotecnologias e novas energias.

Só traduzindo os objectivos do Plano em "boas políticas públicas" e "novas estratégias empresariais" será possível "transferir recursos de sectores e actividades de baixo valor para os de maior valor acrescentado", adianta.

"O grande desafio" do Plano, afirma a AIP, "vai estar na capacidade de passar da programação à acção, o que só é possível com um profundo envolvimento dos principais agentes da economia e sociedade".

Neste esforço, "o foco terá de estar obrigatoriamente centrado na empresa, sob pena de todos os esforços, certamente meritórios, em torno do Plano Tecnológico, não passaram de um exercício de reflexão sem consequências práticas", refere a associação.

O Plano, hoje apresentado, prevê a duplicação do investimento português, público e empresarial, em investigação e desenvolvimento (I&D) até 2010, para 1,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

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