Isto devido à complexidade e às estratégias comerciais das instituições financeiras, revela um estudo da Comissão Europeia.
A complexidade administrativa e os encargos que a decisão acarreta, a assimetria na informação e pouca transparência de preços, a venda cruzada e oferta de produtos em pacote, mas também a preferência do próprio cliente são factores que reduzem a mobilidade dos clientes da banca de retalho (particulares e pequenas e médias empresas (PME)), identificados no estudo apresentado segunda-feira, citado pela agência «Lusa».
A média, a nível dos 15 Estados-membros da Zona Euro, é de 10 anos de permanência num banco no caso dos particulares (em Portugal é de mais de 11 anos) e de oito anos no caso das PME (quase nove anos em Portugal).
«A mobilidade é menor nos Estados-membros onde há maior concentração bancária e a rentabilidade dos bancos é mais elevada», indica o estudo preliminar, que aponta «áreas de potenciais problemas de concorrência e penalização dos consumidores», que os bancos têm agora até Outubro para estudar, antes de a Comissão começar a tomar medidas.
São práticas habituais para travar a mobilidade, obrigar os clientes a ter conta corrente para aceder aos créditos hipotecários (empréstimos para compra de casa) ou outros empréstimos, sendo a média dos 15 Estados-membros de 43 por cento e 41%, respectivamente.
Bancos portugueses obrigam bancos a ter conta corrente
Em Portugal, esta prática é seguida por todos os bancos incluídos no estudo, o que, entre os 25 países da UE, só acontece em outros três países e nenhum deles da Zona Euro.
Outra prática ainda comum em Portugal (43 % contra 6% na média dos países da Zona Euro), mais do que em qualquer outro dos 25 Estados-membros, é exigir aos clientes que subscrevam um seguro de vida através do banco para poderem ter um empréstimo para compra de casa.
Formas de pagamento são entrave à Concorrência
Nos resultados preliminares do estudo, além da reduzida mobilidade, a Comissão aponta duas outras «barreiras potenciais» à concorrência, que são os sistemas de pagamento e a forma como os bancos de retalho gerem as bases de dados, podendo causar entraves a entrada de novos concorrentes.
Salvaguardando que «as características do mercado não permitem tirar conclusões rápidas», Bruxelas adverte contudo para o risco de existirem comportamento coordenados relativamente a juros e comissões e diz que alguns autores vão ao ponto de dizer que o «sector bancário em alguns países deve ser visto como um cartel que, implicitamente, coordena as comissões que cobra».
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