segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Portugal tem os presidentes de empresas mais novos do mundo

Os presidentes executivos (CEO’s) portugueses são em média cinco anos mais novos do que os seus congéneres internacionais, releva um estudo da consultora Jason Associates.

Esta foi uma das conclusões retiradas de um estudo efectuado pela Jason Associates, consultora estratégica de recursos humanos, para desmistificar as características e o perfil dos principais executivos portugueses e compreender algumas das mudanças que estão a ocorrer no mundo do top management, a nível nacional e internacional.
Neste estudo foi possível apurar informações tão interessantes como, por exemplo, o facto de nas 20 empresas cotadas no índice PSI-20 não existir um único CEO do sexo feminino, de pela primeira vez na história do índice existir um CEO de nacionalidade estrangeira ou que os CEO’s portugueses são em média cinco anos mais novos do que os do índice S&P 500. O estudo comparado cruzou os dados apurados com os resultados da pesquisa feita em 2004 pela Spencer Stuart International sobre o perfil dos CEO’s das S&P 500.
A idade média apurada dos CEO’s do PSI-20 é de 50 anos, situando-se a mediana nos 49 anos. Isto significa que a maioria destes executivos tem menos de 50 anos. Estes são dados invulgares se relacionados com a média de idades dos CEO’s que figuram no S&P 500 (2004): 55 anos. Destes últimos, 21 por cento incluem-se na faixa etária abaixo dos 50. Estes números demonstram a mudança geracional que está a ocorrer no mundo sobretudo de forma mais acelerada em Portugal. Este parece ser um factor positivo que sustenta a maior relevância das competências individuais em detrimento da experiência adquirida. No entanto, levanta outras questões de soft-skills que têm de ser aferidas nos indivíduos que ocupam lugares de topo, como a credibilidade e a maturidade.
Engenharia é a licenciatura de eleição
No que toca à licenciatura, 40% dos CEO’s do PSI-20 têm uma licenciatura em Engenharia, aparecendo em segundo a de Ciências Económicas e em terceiro Gestão, com 15 pontos percentuais. Matemática e Direito empatam com 10%. O grosso da formação dos CEO’s do PSI-20 incide sobre estes cinco tipos de licenciatura. Os dados demonstram uma menor diversidade no background académico quando equiparados os resultados com o índice S&P 500. Este último revela igualmente uma divisão maioritária entre cinco áreas de formação: Economia, Contabilidade, Engenharia, Gestão e Artes Liberais, mas com a particularidade de estas cinco licenciaturas constituírem apenas 63% da amostra, estando os restantes 37% distribuídos por outros cursos. Conclui-se assim que temos menor diversidade de background académico nos nossos CEO’s.
Sou CEO há
Já no que toca à duração dos mandatos, é menor. Cerca de 60% dos CEO’s ocupam o cargo há menos de 14 anos, enquanto no índice S&P 500 são 48% os que se situam na mesma cifra.
Paralelamente assiste-se, todavia, a uma menor contratação externa de CEO’s no PSI-20 do que no S&P 500.
Os resultados que sobressaem do Benchmark 2005 apresentam surpresas agradáveis e algumas menos aprazíveis. Sendo assim, fica explícito que 95% das empresas que formam o PSI-20 são orientadas por executivos de nacionalidade portuguesa, com a entrada inédita de um gestor não português; metade dos CEO’s já exerceram funções fora do país e infelizmente ainda não há mulheres no índice. Por outro lado verifica-se que no universo de amostragem do PSI-20 ainda há uma aposta menos expressiva na formação pós-licenciatura relativamente aos resultados verificados no S&P 500: apenas 22% não possuem formação extra licenciatura, contra os 55% registados no PSI-20.

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