sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Lucros do BES crescem 85% para 280,5 milhões de euros

O Banco Espírito Santo (BES) obteve um resultado líquido de 280,5 milhões de euros, em 2005. Um valor a que corresponde um aumento de 85% quando comparado com o exercício anterior.

Um crescimento que conta ainda com a constituição de uma «provisão extraordinária de 57,6 milhões de euros destinada a fazer face aos encargos com o processo de fusão do Banco Internacional de Crédito no Banco Espírito Santo», anunciou o banco liderado por Ricardo Salgado em comunicado, acrescentando que caso não tivesse sido efectuada a constituição da provisão extraordinária o resultado líquido seria de 322,3 milhões de euros.

Os recursos totais de clientes cresceram 12,4%, impulsionados quer pelos recursos de balanço, (+11%) quer pela desintermediação (+15%). O crédito concedido, incluindo o titularizado, aumentou 12,9%.

Em 2005, a captação de clientes ascendeu a 120 mil particulares (67 mil em 2004) e 730 empresas.

Comissionamento sobe para mais de 555 milhões

Já a actividade bancária internacional contribuiu com 31% para o resultado consolidado (em 2004 a contribuição foi de 20%).

O produto bancário cresceu 7,5% para 1.537,7 milhões de euros.

O BES destaca ainda o aumento significativo na eficiência operativa medida pelo rácio cost to income, que se reduziu de 62% em 2004 para 56% em 2005, e a melhoria da qualidade dos activos: o rácio de sinistralidade (considerando o crédito vencido há mais de 90 dias) reduziu-se para 1,3% (1,6% em 2004) e a respectiva cobertura por provisões aumentou para 197% (167% em 2004).

Os resultados do comissionamento totalizaram 555,1 milhões de euros representando um crescimento de 4,3% face aos valores do ano anterior numa base comparável.

A fusão do BIC no BES iniciada no terceiro trimestre foi concretizada em 30 de Dezembro último.

A progressão dos custos operativos evidencia uma redução de 3% face ao ano precedente, sustentada por menores custos com pessoal e por uma expressiva redução das amortizações, adiantam.

PPRs, cartões de crédito e empréstimos crescem

É de assinalar «o forte desempenho na colocação de produtos de bancasseguros vida», nomeadamente PPR/E, que cresceram 19%, de seguros de capitalização, mais 36% e, também, na colocação de fundos de investimento, mais 13%.

No que respeita à concessão de crédito a particulares, o crédito à habitação registou um crescimento anual de 9,1%, suportado pelo aumento de produção de 15% face a 2004.
No segmento BES 360o, o crédito habitação teve um expressivo crescimento de 17% representando, actualmente, cerca de 47% do total de produção do Grupo BES.

Relativamente ao Outro crédito a particulares, o aumento de 4,4% está essencialmente relacionado com a concessão de crédito associada a produtos de poupança. No crédito ao consumo, atendendo à conjuntura macroeconómica doméstica, mantiveram-se critérios de elevada selectividade à sua expansão.

O parque de cartões de crédito cresceu durante 2005 para 35 mil, o que se traduziu num aumento da facturação em cerca de 10%. Foi decidido, já no início de 2006, proceder à integração da operação de cartões (Crediflash) dentro do BES. Desta forma, será possível atingir níveis mais elevados de eficiência. Prevê-se que esta operação esteja concluída até ao final do primeiro semestre.

O crédito a empresas aumentou 16% para 21,4 mil milhões de euros, sendo mais expressivo no segmento de médias empresas (+17%). Neste segmento, destacam que 63% das 1000 melhores PME¿s portuguesas são clientes do Grupo BES. Nas grandes empresas, o crescimento de crédito foi de 8%.

O Grupo BES continua a reforçar a sua quota de mercado das empresas tendo ultrapassado os 20%, referem ainda.

A administração do BES vai propor à Assembleia-Geral a distribuição de um dividendo relativo a 2005 de 0,4 euros por acção face, que compara com os 0,368 euros de 2004.

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