terça-feira, dezembro 20, 2005

Trabalhadores recusaram acordo proposto pela administração

A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa recusou o pré-acordo salarial proposto pela administração, o que põe em causa a continuidade da laboração da fábrica em Portugal, disse hoje o ministro da Economia na Assembleia da República.

Manuel Pinho disse hoje, na comissão dos Assuntos Económicos, estar "muito desapontado e muito desiludido" e apela à Comissão de Trabalhadores (CT) e à administração da Autoeuropa para que, "no tempo que resta, salvem uma situação que é muito complexa".

O ministro confirmou ter estado na Alemanha a falar com administração da Volkswagen, para que esta atribuísse mais modelos à Autoeuropa.

De acordo com o governante, o Executivo empenhou-se fortemente na resolução do conflito, tendo criado todas as condições para a permanência da Autoeuropa em Portugal.

Em causa está a falta de acordo nas negociações sobre aumentos salariais, prémios de assiduidade e pagamento do trabalho suplementar do novo acordo laboral que deveria ter entrado em vigor em Setembro.

O último acordo laboral na Autoeuropa foi alcançado há dois anos e traduziu-se na manutenção dos postos de trabalho em troca do congelamento salarial e da redução de dias de trabalho.

Depois de dois anos sem aumentos salariais, os trabalhadores da Autoeuropa começaram por exigir aumentos na ordem dos cinco por cento, que depois baixaram para valores entre os três por cento e os quatro por cento, considerando inaceitáveis os 2,5% propostos pela administração para vigorar durante 15 meses.

Actualmente a Autoeuropa é responsável por 2950 postos de trabalho directos e mais de três mil indirectos, encontrando-se a disputar com outras fábricas da Volkswagen dois novos produtos.

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