quarta-feira, dezembro 21, 2005

Empresas de Lisboa perdem direito a ajudas do Estado

As empresas da região de Lisboa deverão deixar de ser contempladas com ajudas públicas, segundo as directrizes hoje adoptadas pela Comissão Europeia sobre as ajudas regionais para 2007/2013, que privilegiam as regiões mais desfavorecidas.

As restantes regiões de Portugal continuam a ser consideradas «desfavorecidas» e, como tal, «elegíveis» para ajudas estatais, mas menores àquelas que podiam ser concedidas até agora.

O documento adoptado por Bruxelas fixa as regras segundo as quais são autorizadas ajudas estatais que favoreçam o desenvolvimento das regiões mais desfavorecidas, e Lisboa deixou de ser assim considerada, dado o rendimento por habitante ser superior a 75% da média comunitária.

Todavia, as ajudas poderão continuar a abranger, em diferentes graus, três quartos (76,6%) da população de Portugal, pois todas as restantes regiões continuam abrangidas, incluindo a Madeira e o Algarve, apesar de nestes dois casos o rendimento por habitante já ser superior a 75% da média da União Europeia.

No caso do Algarve, a região beneficiará do denominado «efeito estatístico», que tem em conta o aumento da riqueza relativa fruto da adesão de 10 novos Estados-membros, que figuram entre os mais pobres da UE (ou seja, o PIB é agora superior a 75% da média da UE a 25, mas inferior à média da UE a 15).

No entanto, o nível das ajudas vai baixar em todas as regiões de Portugal, já que as novas directrizes de Bruxelas estabelecem três categorias de riqueza das regiões.

A região Norte, região Centro e Alentejo estão inseridas na categoria em que o Produto Interno Bruto (PIB) regional é inferior a 75% da média comunitária, mas superior a 60%, o que leva a que a taxa máxima de ajudas às grandes empresas se fixe nos 30% (e não 40 a 50%, como até agora).

No caso da Madeira e Açores, regiões que beneficiam do seu estatuto de periféricas, as comparticipações estatais podem atingir os 50%.

A comissária europeia com a pasta da Concorrência, Neelie Kroes, considerou hoje que estas directrizes sustentam os objectivos da coesão e contribuem para atingir o objectivo do plano de acção no domínio das ajudas de Estado, que passam por «menos ajudas e melhor direccionadas».

A aplicação das novas linhas directrizes da Comissão para as ajudas regionais corresponde ao próximo período das Perspectivas Financeiras (2007/2013), sobre as quais os 25 chegaram a acordo na madrugada do passado sábado.

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