
"O comportamento dos três primeiros trimestres de 2005 indica que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano poderá ficar uma décima acima da previsão do governo, que é de 3,3 por cento", afirmou em declarações no Senado espanhol.
Referindo-se a 2006, o responsável do banco central espanhol afirmou que, apesar das previsões de crescimento de 3,3 por cento este ano, o quadro económico continua a apresentar maiores incertezas.
Incertezas "tanto do exterior - com impactos desfasados dos aumentos dos preços do petróleo - como riscos internos que se têm vindo a gerar na actual fase de expansão", afirmou.
Aludindo ao crescimento da economia, Caruana destacou a força da procura interna, considerando no entanto que o crescimento nesse capítulo tem vindo a ser progressivamente mais moderado.
O responsável considerou que grande parte do crescimento na procura interna se deve à compra de habitação, o que levou igualmente ao crescente endividamento das famílias espanholas.
O governador do Banco de Espanha confirmou igualmente que o Estado deverá terminar o ano com um balanço orçamental positivo, ainda que tenha alertado para gastos que possam surgir.
Estes gastos advêm de acordos com os sectores de transporte, pesca e minas que podem consumir o excedente, criando riscos no próximo orçamento.
Caruana referiu-se em particular a compromissos em matérias como habitação, pensões mínimas, financiamento dos serviços de Saúde e os sectores afectados pelo aumento do custo energético, que causarão aumentos nos gastos públicos.
"Tudo isso comporta o risco de que se produzam derrames na execução orçamental, já que não se antecipam para 2006 cortes compensatórios ou fazer avançar com outros políticas de maior eficácia nos gastos públicos", afirmou.
Caruana aludiu ainda à perda de competitividade da economia espanhola, causada em parte por uma taxa de inflação um ponto percentual acima da Zona euro, e ao crescimento salarial acima dos níveis de países com quem Espanha compete directamente.
"Estas diferenças tendem a agravar-se em situações como a actual, de encarecimento da energia importada", afirmou ainda.
Os comentários de Jaime Caruana surgem um dia depois de o Instituto Nacional de Estatística espanhol ter anunciado um crescimento de 3,5 por cento do PIB no terceiro trimestre, resultado de um aumento da procura interna de 5,2 por cento, uma décima abaixo do que nos três meses anteriores, e de uma contribuição negativa de 1,7 por cento, duas décimas a menos, das exportações.
Os dados agora divulgados mostram que a economia espanhola cresce ininterruptamente desde o primeiro trimestre do ano passado, quando registou uma subida de 3 por cento.
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