segunda-feira, maio 15, 2006

Governo prepara novo pacote de investimentos no privado

O primeiro-ministro, José Sócrates, prepara-se para anunciar, até ao fim deste mês, um novo pacote de investimentos empresariais no sector privado.

«Estão a ser ultimados para apresentação pública vários projectos de investimento em diversas sectores empresariais. Estes projectos seguem-se ao primeiro grupo de contratos assinados (em Janeiro passado) por empresas com o Estado Português e que foram avaliados em cerca de 1.850 milhões de euros», adiantou à agência Lusa fonte governamental.

Hoje de manhã José Sócrates e o ministro da Economia, Manuel Pinho, presidem à assinatura de um contrato de investimento em Aljustrel para a modernização e o relançamento da exploração mineira de concentrados de cobre e zinco.

Como afirmou o titular da pasta da Economia quinta-feira passada, no final do Conselho de Ministros, trata-se de «um investimento de 76 milhões de euros e que criará cem postos de trabalho (e mais 200 subcontratados) numa região do país que bem precisa deles».

Além do projecto de Aljustrel, Manuel Pinho disse que «dentro em breve» serão anunciados outros investimentos no sector mineiro, num momento em que matérias-primas como o ouro, cobre, zinco e chumbo atingem valores elevados nos mercados internacionais.

Com o anúncio de novos investimentos, fonte do Governo referiu que José Sócrates pretende contrariar a ideia defendida pelo PSD de que a economia portuguesa está «estagnada» e que os novos projectos até agora anunciados pelo executivo «são pura propaganda».

Economia nacional está a mexer

Em declarações à agência Lusa, Manuel Pinho sustentou que «há indicadores claros que mostram que a economia portuguesa está a mexer».

«O investimento de mil milhões de euros na construção de uma nova refinaria de conversão em Sines (projecto da Galp) é um dos maiores já realizados em Portugal. Se querem que alimente o discurso da tanga, escolheram a má pessoa», declarou o membro do Governo, numa resposta indirecta ao PSD - partido que atacou o Governo a partir dos episódios que estiveram na origem da ruptura das negociações entre o Estado e o empresário Patrick Monteiro de Barros para a construção de uma refinaria em Sines.

«Do estendal de projectos anunciados, nenhum está ainda concretizado. Pelo contrário, sabe-se já que a jóia da coroa, o mega-investimento numa refinaria de Sines, abortou e é um rotundo fiasco. Estamos perante um fracasso e um rude golpe na imagem do Governo, que optou pela fuga para a frente», acusou o presidente do Grupo Parlamentar do PSD.

O projecto para a construção da refinaria Vasco da Gama em Sines fez parte do primeiro pacote de investimentos anunciado pelo Governo entre o início do ano e 20 de Janeiro passado, onde o sector turístico foi o mais beneficiado, com destaque para os 677 milhões de euros nos empreendimentos do Pinheirinho e da Costa Terra, no concelho de Grândola.

A Agência Portuguesa para o Investimento (API) assinou também contratos com a Unicer para um investimento de cerca de 47,8 milhões de euros, no projecto turístico AquaNattur, no Parque de Pedras Salgadas e Vidago, considerado pelo Governo como de Potencial Interesse Nacional (PIN).

Na mesma altura, a multinacional de origem turca Advansa assinou com a API um memorando de entendimento para a implantação de uma unidade com uma capacidade anual para produzir cerca de 700 mil toneladas de PTA, matéria-prima do plástico PET (embalagens).

No sector petroquímico, a Repsol YPF anunciou um investimento de 51 milhões de euros na modernização e melhoria das condições ambientais e de segurança do seu complexo petroquímico em Sines.

Por sua vez, no sector do mobiliário e do comércio, o grupo sueco Ikea assinou contratos com o executivo para avançar com projectos no valor de 450 milhões de euros em Portugal até 2010, entre os quais consta a instalação de uma fábrica no Norte do país e a criação de um total de 1.600 postos de trabalho directos.

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