quinta-feira, março 02, 2006

Galp quer investir 1.035 milhões nas eólicas

O consórcio Ventivest, detido em 34% pela Galp, entregou hoje uma proposta à atribuição de licenças para produção de energia eólica do Governo, no qual está implícito um investimento de 1.035 milhões de euros. O financiamento está, segundo as empresas envolvidas, garantido com bancos portugueses e ainda com o BEI, apesar do mais provável é este ser faseado. Ou seja, um project finance decidido «parque (eólico) a parque», referiram.

O cluster industrial a ser criado prevê ainda a criação de 1.250 postos de trabalho, num cluster industrial e na instalação de nove parques eólicos em sete distritos do país, anunciou o agrupamento em conferência de imprensa.

A Galp Energia, através da Galp Power, com 34% é então o principal accionista da Ventinveste, seguindo-se a Martifer, com 31%, a Enersis, com 30%, a Efacec Energia, que detém 2% e a Repower Portugal, a Repower Systems AG e a fábrica de pás Power Blades, com 1% cada uma. Um grupo com o qual o CEO da Galp, Marques Gonçalves, acredita ser possível ganhar este concurso. «Somos todos parceiros líderes nas áreas em que actuamos», disse na conferência de imprensa.

Segundo o mesmo responsável, a componente industrial do projecto engloba a criação de 23 unidades industriais, todas elas localizadas em zonas classificadas pelo Programa de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos (PRASD), e envolve um investimento de 80 milhões de euros (25 milhões de investimento directo e 55 milhões de investimento indirecto). As unidades estão previstas para os distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Lisboa, Porto, Santarém e Viseu.

Projecto tem horizonte de 17 anos e prevê exportação de 3.600 milhões de euros

Na parte eólica, que representa um investimento de 920 milhões de euros, o projecto comporta a construção de nove parques eólicos. O projecto aponta para potências que irão variar entre os 40 e os 150 MVA nos diferentes parques, ao mesmo tempo que prevê disponibilizar 50 horas de interruptibilidade ao gestor da Rede Nacional de Transporte de energia eléctrica, «contribuindo, assim, para melhorar a flexibilidade da gestão daquela rede», referem.

A entrada em produção do primeiro parque deverá ocorrer no final de 2008, e a do último em 2013. Os planos da Ventinveste apontam, à partida, para a construção de nove parques eólicos nos distritos de Beja, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Lisboa, Vila Real e Viseu, esclareceu o responsável.

Marques Gonçalves ressalvou ainda que o cluster industrial tem um horizonte temporal de pelo menos 17 anos de actividade e contabiliza um valor acrescentado bruto (VAB) de 100 milhões de euros no ano em que a velocidade de cruzeiro é atingida.

As 23 unidades a instalar, ou a desenvolver, terão uma capacidade de produção anual de 80 aerogeradores e de 267 conjuntos de pás. O projecto prevê que 60% da produção total seja destinada à exportação, num valor global de 3.600 milhões de euros para o período de actividade.

Com o projecto Ventinveste, Marques Gonçalves lembra que «a Galp dará mais um passo na entrada no mercado eléctrico português, apostando em sinergias com outros parceiros e negócios, tal como estabeleceu o modelo para o sector definido pelo Governo».

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