sexta-feira, março 24, 2006

Cabe a Sócrates decidir sobre a energia nuclear em Portugal

O presidente da Comissão Europeia afirmou hoje em Bruxelas que caberá às autoridades portuguesas decidirem a utilização do nuclear no âmbito da sua política energética, tema que divide os 25 Estados-membros da União Europeia.

«A decisão é clara. Depende de cada Estado-membro. As autoridades portuguesas decidirão», afirmou José Manuel Durão Barroso aos jornalistas portugueses, questionado sobre a possibilidade de se optar pela energia nuclear no âmbito da política energética europeia.

O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, afirmou, por seu turno, que a questão do nuclear «não está na agenda» do Governo.

«Os países têm completa liberdade para escolher o 'mix' energético». «A questão não está na agenda do Governo mas assistimos com interesse ao debate que está a acontecer na Europa e em Portugal», acrescentou em Bruxelas no final da Cimeira Europeia.

Os líderes dos 25, reunidos quinta e sexta-feira em Bruxelas na chamada Cimeira de Primavera, acordaram o desenvolvimento de um plano de acção comunitário para a eficiência energética, com vista a atingir 20% de poupança até 2020.

«Há várias soluções possíveis, no que respeita ao 'mix' energético. Há Estados que querem avançar para o nuclear, há Estados que mantêm reticências, cada um vai decidir. O importante é avançarmos para uma energia cada vez mais sustentável, segura e competitiva, o que pode ou não envolver o nuclear», acrescentou.

Barroso, que considerou um êxito a Cimeira de Primavera, berço da política de energia comum, admitiu no entanto que o êxito depende da «capacidade de implementação» pelos Estados-membros.

«Vamos ser sérios na análise, depende da capacidade de implementação. Mas foi um primeiro passo muito importante», reafirmou.

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