A confiança dos cidadãos nas instituições europeias diminuiu no último ano, bem como a percepção de que é vantajoso pertencer à União Europeia, segundo o último eurobarómetro sobre a União Europeia (UE), publicado hoje em Bruxelas.

A mesma baixa percentagem só tinha sido atingida em 1999, ano que o italiano Romano Prodi iniciou o seu mandato e após a polémica em torno da comissão Santer, obrigada a demitir-se por má gestão.
Curiosamente, os portugueses são os europeus que mais confiam no órgão legislativo da UE, com 65% a manifestar confiança na instituição, a mesma percentagem dos que consideram ser positivo que o seu país pertença à família comunitária.
A visão positiva da Comissão Europeia diminuiu na maioria dos países e aumentou em 11, sendo Portugal o que registou o maior aumento no índice de confiança, a par da Irlanda e da Alemanha.
A mesma descrença acontece em relação ao Parlamento Europeu, com um aumento da percentagem de inquiridos com visão negativa.
A nível europeu, menos de metade (46%) manifestam confiança na Comissão Europeia e 33% dizem mesmo não confiar de todo na instituição, uma percentagem que chega aos 50% no Reino Unido.
O eurobarómetro do Outono avança uma primeira visão sobre as opiniões dos cidadãos depois de um ano «difícil» na história da UE, marcado pelas rejeições francesa e holandesa do Tratado Constitucional e pelas negociações sobre o quadro orçamental para 2007-2013, entretanto concluídas, justifica a Comissão Europeia.
Segundo o mesmo inquérito, as maiores preocupações dos europeus relacionam-se com o emprego e Portugal não é excepção à regra, com o pessimismo nacional a reflectir-se quanto ao futuro.
Assim, 74% dos inquiridos em Portugal acreditam que o próximo ano será pior ou sem alterações, 89% que a situação económica vai manter-se ou piorar, tal como 90% em relação ao emprego.
O eurobarómetro foi realizado entre 10 de Outubro e 05 de Novembro deste ano, depois do «não» francês e holandês ao Tratado Constitucional e das discussões sobre o quadro orçamental para 2007- 2013, abrangendo 29 países, num total de cerca de 30 mil pessoas.
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